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Como escolher o teste ideal para uma Avaliação Psicológica?

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Atualmente, existe um grupo grande de ferramentas dentro do campo de trabalho da Avaliação Psicológica. Entre elas, há um grupo de testes utilizados para avaliar de forma mais objetiva alguns aspectos psicológicos. Dentro desse grupo, destaque é dado aos chamados testes psicológicos, pois são de uso restrito à área, podendo ser aplicados apenas por psicólogos regularmente inscritos em Conselho Regional de Psicologia.


Para que possam ser utilizados, esses testes precisam apresentar parecer favorável para uso e comercialização, emitido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Para isso, são analisados minuciosamente. Seus autores ou editoras responsáveis apresentam estudos que garantem que eles irão medir o que propõem, com o devido embasamento científico. Sendo aprovados, passam a compor a lista de testes favoráveis pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI). De acordo com consulta realizada em julho de 2017, atualmente, são 173 os testes para avaliações psicológicas estão neste grupo de aprovados.


Mesmo com sua comercialização e utilização autorizadas, os dados empíricos das propriedades do teste devem ser revisados periodicamente pelos autores ou responsáveis, não podendo o intervalo entre um estudo e outro ultrapassar 15 (quinze) anos, para os dados referentes à padronização, e 20 (vinte) anos, para os dados referentes a validade e precisão, seguindo padrões determinados pela Resolução do CFP n. 006/2004. Esta revisão garantirá que os testes continuarão adequados e com embasamento científico para serem mantidos.


A professora do IPOG e Doutora em Psicologia, Lariana Paula Pinto, explica que trata-se de uma lista dinâmica, pois a todo momento autores podem submeter novos testes à avaliação do Conselho, bem como testes anteriormente favoráveis podem ser retirados da lista pela não atualização de seus estudos. “Além disso, conforme destacado na Resolução do CFP n. 002/2003, usar os testes que constam na lista de aprovados pelo SATEPSI é uma condição ética do psicólogo”, ela explica.


Qual a importância dos testes na Avaliação Psicológica? Os testes psicológicos são extremamente importantes para que o profissional tenha ferramentas mais objetivas e e com respaldo científico. “Esses testes são úteis porque vão trazer algumas informações de maneira mais objetiva; informações que talvez o profissional levasse mais tempo para levantar, caso não recorresse a elas”, esclarece a professora.

Por exemplo, se o psicólogo busca avaliar aspectos comportamentais para a contratação para um cargo, pode recorrer a informações sobre os traços de personalidade. Diante disso, para melhor compreensão deste aspecto [traços de personalidade] nos seus candidatos, recorrerá a medidas psicológicas que possuam evidências científicas (teóricas e empíricas), e que oferecerão informações para a melhor decisão: a escolha do candidato que melhor se ajusta ao perfil desejado.

Outro exemplo. No caso de uma avaliação psicológica para investigação de sintomas depressivos, o psicólogo não fará o diagnóstico a partir de um único teste, mas poderá utilizar essa ferramenta para mapear alguns sintomas depressivos apresentados pelo paciente. A partir dessas informações, somadas a informações levantadas por outras ferramentas, como observação, entrevista ao paciente e entrevista a terceiros, o psicólogo terá mais propriedade para apontar indicadores para um diagnóstico ou não, e, consequentemente, apontar a melhor terapêutica. Além é claro, do trabalho conjunto com outros profissionais. Neste caso, por exemplo, a avaliação de um psiquiatra.


Como escolher o teste ideal para uma Avaliação Psicológica específica? Agora que já sabemos o objetivo dos testes psicológicos e como eles são importantes no processo da avaliação psicológica, vem a dúvida: como escolher o teste ideal em meio a uma lista tão vasta? Como avaliar condições específicas. Lariana Paula Pinto explica que o primeiro passo é verificar quais os testes disponíveis na lista do SATEPSI. “Isso pode ajudar o profissional a identificar quais opções para avaliar um determinado aspecto”, ela lembra. Mas se você ainda tem receio na hora de escolher um teste, a professora do IPOG e Doutora em Psicologia separou 4 dicas:


Saber o quê deseja avaliar: identifique que aspecto psicológico pretende avaliar (personalidade, déficit de atenção, sintomas depressivos, entre outros);

Sobre este assunto, quais são os testes disponíveis?: Hora de consultar a lista do SATEPSI para verificar algumas opções;

Conhecer as propriedades psicométricas dos testes: Entre os que você identificou serem relacionados ao aspecto psicológico que será avaliado, entenda quais atendem a sua demanda para aquele momento específico. Por exemplo, determinado teste é voltado para que faixa etária? Há testes voltados para o público adulto, e não necessariamente para e vice-versa. Além disso, o teste tem estudo de validade para determinado contexto, com evidências científicas para as informações que estou buscando, como por exemplo, para alguns grupos clínicos (finalidade diagnóstica)? Faça perguntas.

Bom preparo do profissional: Não adianta ter boas ferramentas se o psicólogo não sabe usá-las. Então, é preciso saber como utilizar cada um desses testes psicológicos, buscando compreendê-los integralmente, considerando todo processo de aplicação, correção e interpretação, assim como seus estudos psicométricos e embasamento teórico. Seguindo essas etapas, será possível identificar o teste mais adequado para cada avaliação psicológica.

Lembrando que eles [os testes psicológicos] nos dão informações pontuais

Considerando a soma dessas informações, o psicólogo chegará a uma tomada de decisão na avaliação. Vamos a um último exemplo: a avaliação para diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Uma demanda presente no universo da avaliação psicológica infantil. “Quando se fala em usar testes, não é que exista um teste específico para a avaliação do TDAH, mas significa que vamos usar algumas ferramentas para avaliar algumas funções e a partir dessa avaliação global, o profissional poderá apontar a existência ou não de indicadores para o diagnóstico”, pontua Lariana Paula Pinto.


Neste caso específico, por exemplo, é preciso fazer tanto uma avaliação cognitiva, como aspectos comportamentais e emocionais. Incluindo avaliação da atenção, como é o processo de aprendizagem da criança na escola, quanto a leitura, escrita, outras habilidades específicas; bem como aspectos relacionados a comportamento apresentados em casa e na escola.

Por fim, vale destacar que as quatro etapas apresentadas acima não são utilizadas apenas em um ambiente clínico, mas também em qualquer contexto em que a avaliação psicológica esteja presente como na seleção de pessoas, candidatos à CNH, permissão para porte de arma de fogo; pois é preciso saber o que você quer avaliar, dentro do que você precisa avaliar. Assim, se utilizam todas as etapas da mesma maneira.


Confira as áreas onde existe uma grande demanda pela Avaliação Psicológica: Seleção de Pessoas (Psicologia Organizacional e do Trabalho) Clínica Escolar Psicologia do Trânsito


Créditos: IPOG Link original aqui.



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